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"UM DE VÓS ME TRAIRÁ"
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08 - Abril
 Na missa desta Terça-feira Santa foi lida a passagem do evangelho de São João, na qual Nosso Senhor anuncia a sua traição. Mas por que falar aqui sobre a traição de Jesus? Não sei! Talvez, porque estejamos vivendo um tempo de escancaradas e escandalosas traições.
“Quando estavam à mesa, comendo, Jesus disse: “Em verdade vos digo, um de vós que come comigo há de me entregar. Começaram a ficar tristes e a dizer-lhe um após o outro: Acaso sou eu?” (Mc 14, 17-19) Ao lado de Jesus estava João, então Pedro fez sinal para que perguntasse a Jesus de quem estava falando. Inclinando-se, João perguntou a Jesus: “Senhor, quem é? É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho.” (Jo 13,23-26) Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. (Jo 13,27.30) Eis aí o nome do traidor, vejamos então qual perfil ele nos apresenta.
JUDAS ISCARIOTES era filho de um homem chamado Simão (Jo 6,71), seu cognome “Iscariotes”, o liga a um grupo de judeus radicais daquele tempo, que usavam o punhal para cometer atentados contra os romanos. Diríamos, hoje, um grupo terrorista. Portanto, estamos falando de um homem politicamente revoltado, instruído e que sabia causar boa impressão. Tanto que a ele foi confiada a tesouraria do grupo. (Jo 13,29). Em sua vida pregressa, Judas aprendeu que tudo que servisse à causa era válido, seu caráter foi moldado num ambiente de dissimulação e mentira. Veja o que aconteceu em Betânia, seis dias antes da Páscoa: “Maria tomou uma libra de um perfume de nardo, muito caro, ungiu os pés de Jesus... a casa ficou cheia do perfume do bálsamo. Então Judas Iscariotes disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários para dá-los aos pobres? Disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, roubava o que aí era colocado.” (Jo 12, 3-5) Faz parte do traidor ser cínico e dissimulado – na última Ceia – depois que Jesus anunciou que seria traído, todos começaram a perguntar: “Acaso, serei eu Senhor?” Também Judas Iscariotes fez parte do coro dizendo: “Porventura sou eu, Rabi?” (Mt 26,25). Às escondidas, ele combinou com os homens do Templo a traição de Jesus e passou a planejar como entregá-lo (Mt 26,14) Foi participar da última Ceia, como se nada estivesse acontecendo. (Mt 26,20-25). A prisão de Jesus teria que acontecer à noite, pois os homens do Templo temiam a reação da multidão. E aqui vem o “gran finale” do miserável traidor: para que não houvesse dúvida de quem deveria ser preso, Judas combinou com os algozes uma senha: “É aquele que eu beijar, prendei-o e levai-o bem guardado.” (Mc 14,44) Jesus estava no Monte das Oliveiras, Judas, à frente dos guardas do Templo, aproximou-se de Jesus para beijá-lo, Jesus então lhe disse: “Judas, com um beijo entregas o Filho do Homem?” (Lc 22,47-48). Conforme o prometido, estava feito.
Bem, se você quiser saber como terminou a história deste maldito, leia Mateus 27,3-5.
Aí está imortalizado para todo o sempre o perfil do traidor. Sim, estamos vivendo um tempo de escancaradas e escandalosas traições, penso que a santíssima Palavra de Deus te deu recursos suficientes para ajuizar quem está de que lado da história. Fique com Deus e esteja em paz.
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