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A FUMAÇA DE SATANÁS
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13 - Julho
Falei no texto passado da “fumaça de satanás”, expressão usada pelo Papa Paulo VI na homilia da festa de São Pedro e São Paulo, no décimo ano da abertura do Concílio Vaticano II. Era 29 de junho de 1972, um grande número de fiéis de vários países assistia à Missa celebrada pelo Papa Paulo VI, que disse:
“Tenho a sensação de que, por alguma fresta, a fumaça de satanás entrou no templo de Deus. Há dúvidas, incertezas, problemas, inquietações, confrontos… Não há mais confiança na Igreja. [...] Infiltrou-se a dúvida em nossas consciências, por fendas que deviam estar abertas à luz. A ciência só espalha a crítica e a incerteza, ela que devia nos aproximar cada vez mais de Deus e nos ajudar a celebrá-Lo com maior intensidade. [...] Também na Igreja predomina esse estado de incerteza. Acreditava-se que, depois do Concílio, viria um dia de sol para a história da Igreja. Ao contrário, veio um dia de nuvens, de tempestade, de escuridão, de buscas, de incertezas.” (opusmaterdei.blog • 06/junho/2018)
Para obter o sentido desta palavra do Papa, é preciso ir atrás da expressão “fumaça de satanás”, que está no livro do Apocalipse: “E o quinto anjo tocou a trombeta. Vi uma estrela que tinha caído do céu sobre a terra, e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo e do poço do abismo saiu fumaça, como a fumaça de uma grande fornalha, e o sol e o ar se escureceram por causa da fumaça que saía do poço.” (Ap 9,1-2) Esta “estrela que caiu do céu” e abriu o poço do abismo é o próprio satanás, que Deus lançou no abismo tenebroso à espera do juízo. (cf. 2 Pd 2,4)
Segundo o Papa, o Concílio deveria ter trazido um dia de sol para a história da Igreja, mas o que veio foram nuvens, escuridão e incertezas, indicativos de que “por alguma fresta a fumaça de satanás entrou no templo de Deus”. Ao dizer isto, Paulo VI não estava profetizando, mas reconhecendo que, após o Concílio, que proporcionou a abertura da Igreja ao mundo moderno, por uma fresta, entrou o diabo a quem Jesus chamou de “o pai da mentira” (Jo 8,44). “Dúvidas, incertezas, problemas, inquietações, confrontos... Não há mais confiança na Igreja”, consequências nefastas da presença do inimigo de Deus no seu Templo. Julgue você mesmo se, nestes quase cinquenta anos, depois do que disse o Papa Paulo VI, as coisas melhoraram. Se aquela maldita fumaça se dissipou levada pelo vento de Pentecostes. Julgue você mesmo.
Recordo aqui o terceiro segredo que Nossa Senhora de Fátima confiou aos três pastorinhos. No ano 2000, o Vaticano divulgou uma parte do terceiro segredo de Fátima, que trata do sofrimento e assassinato do papa. Mas, segundo Marshall, existe outra seção do terceiro segredo de Fátima que ainda não veio a público. Numa entrevista (11/nov./1984), o então Cardeal Ratzinger disse ter lido o terceiro segredo e disse que ele trata da importância das últimas coisas e dos perigos que ameaçam a fé e a vida dos cristãos e do mundo. (Marshall, Infiltrados, p. 109)
A constatação tenebrosa do Papa Paulo VI não se dissipou. Já faz quase meio século, e o nosso tempo é um tempo de ameaças mortais aos que creem em Jesus Cristo e o afirmam como o Filho de Deus e Salvador da humanidade. Notícias de perseguição e morte de cristãos são ouvidas por toda parte, Jesus é esculhambado em praça pública, leis são feitas para tirar o símbolo cristão de lugares públicos, escândalos envolvendo a hierarquia eclesiástica são divulgados, tirando mais ainda a confiança na Igreja.
Proféticas são estas palavras do Papa Paulo VI: “Hoje, há uma grande inquietação por aí, tanto no mundo como na Igreja, e o que está em questão é a fé. O que me impressiona, quando considero o mundo católico, é que dentro do catolicismo parece predominar, por vezes, um pensamento não-católico, e pode acontecer que este pensamento não-católico, dentro do próprio catolicismo, torne-se mais forte amanhã. Mas ele não representará nunca o pensamento da Igreja. É necessário que subsista um pequeno rebanho, por menor que seja”. (opusmaterdei.blog • 06/junho/2018)
O que dizer? É urgente a recomendação de Nossa Senhora de Fátima: “Orai o rosário todos os dias, para trazer paz ao mundo e o fim à guerra”. Fique com Deus e em paz.
Fontes: Taylor R. Marshall, Infiltrados, Ed. Ecclsiae.
Opusmaterdei.blog • 06/junho/2018
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